ESCOLAS FECHADAS SEM CRITÉRIO-ACONTECEU NO INTERIOR! SANTA TERESA -ES

EDUCAÇÃO

 

SANTA TERESA

PREFEITO RESOLVE FECHAR ESCOLAS E CAUSA REVOLTA DA POPULAÇÃO

O Prefeito Municipal de Santa Teresa, Claumir Antônio Zamprogno, baixou no último dia 05 de dezembro quatro decretos que comprometem a vida e educação dos alunos das Comunidades locais.

Quatro escolas terão suas realidades transformadas em 2015.  A Prefeitura alegou que não havia alunos o suficiente. A Escola Municipal Antônio Valesine, localizada a Rua XIV de Julho, distrito de Santo Antônio de Canaã, segundo o decreto funcionará apenas pela manhã. A EMEIEF Professor Hausler, localizada em 25 de Julho funcionará apenas no turno vespertino. A Escola Municipal Unidocente de Ensino Fundamental, localizada em Itanhaga, distrito de Alto Santa Maria terão os alunos remanejados para a EMPEIEF Geralda Rodrigues Sarmento, localizada em Alto Pedra Alegre.  Por fim, a EMEIEE “Vale das Tabocas”, localizada em Tabocas não atenderá aos alunos do 6º ano a 8º séries do ensino fundamental, que serão remanejados para a EMEF Professor Ethevaldo Damázio, localizada no distrito da Sede.

Em detrimento das mudanças da Prefeitura, as crianças que já acordam às quatro da manhã vão passar a ter uma dificuldade ainda maior tendo em vista que terão que percorrer quase 60 km por dia para poderem estudar. Quando se fala em manter o homem no campo, atitudes com esta distanciam desta perspectiva. 

O êxodo rural será uma possibilidade, já que os pais em virtude do melhor aproveitamento destas crianças vão considerar debandar para localidades próximas às escolas.

A mãe de um aluno que não quis se identificar, do bairro 25 de Julho, contou a nossa equipe de reportagem que a população está estarrecida e vêm se mobilizando junto às comunidades e professores para tentar reivindicar estes decretos. “É um absurdo. A Prefeitura não sabe o que é melhor para a gente. O artigo 6º da Constituição garante este direito as Comunidades rurais. O fácil acesso a educação. Eles nem ao menos apuraram, procuraram conversar para saber o que é melhor para os nossos filhos”, desabafa.

É relevante ressaltar a ideia de o gestor chegar a um consenso com transparência a fim de manter um diálogo com Pais e Professores para saber a viabilidade destas propostas e suas respectivas consequências na vida destas crianças antes da rematrícula. Curiosamente, os decretos foram baixados, exatamente, no prazo final das rematrículas: dia 5 de dezembro. Segundo o artigo 7º, os períodos indicados para rematrícula vão do dia 01 ao dia 05 de dezembro de 2014. Não teve tempo para um diálogo, tornando a situação delicada e contraditória.

 

O Vereador Jorge Natalli, procurado para falar do caso, deu um parecer viável:

“Na oportunidade, eu coloquei que já que não existiam demanda de alunos. Não seria o momento de se investir na Educação mais ainda? Com uma escola de tempo integral. Por que se tem uma área física, uma estrutura montada, professor sendo pago, Santa Teresa poderia estar saindo na frente juntamente com Vitoria que já anunciou que terá três escolas Municipais em tempo integral. O Governo Estadual já anunciou que também fará. Por que não Santa Teresa?” questionou o Vereador.

 

Embora seja minoria no país, as escolas rurais precisam ter o seu funcionamento garantido. Os administradores públicos têm que respeitar estes preceitos. O Estatuto da Criança e do Adolescente (lei nº 8069/90) prevê o "acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência" (inciso V, art.53). Longas viagens em ônibus não parecem respeitar essa legislação. Além de cansativas, as idas e vindas elevam o risco de acidentes. A população urbana não tem o direito de impor os seus modos de vida, objetivos e maneiras de se relacionar com o mundo a ninguém. A escola no campo é uma forma de assegurar o respeito às culturas locais. Constitui um espaço de valorização da história e da relevante função social do povo que vive na zona rural. Seja no cumprimento da legislação já existente, seja no aperfeiçoamento e no fortalecimento de novas normas, os gestores brasileiros podem e devem se posicionar nesse "campo" em disputa. É um direito deles. E dever da Administração Pública.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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